domingo, 8 de dezembro de 2013

Com a palavra: a professora

Todo mundo tem alguma coisa para falar de um professor. Ou temos alguma linda história sobre aquele super professor que nos motivou, que foi um exemplo; ou temos uma história sobre o pior professor do mundo, aulas chatas, etc, etc, etc. Mas, obviamente que quando estamos do outro lado tudo muda (nos tornamos, inclusive, alunos melhores), começamos a não mais pensar nas histórias de professor, passamos agora a ter 'causos' de alunos! Eu cataloguei, até agora, nove tipos de aluno:

1) O enrolão: esse é super conhecido, é aquele aluno que sempre tem as melhores desculpas para tudo. Está deprimido, perdeu o ônibus, ficou doente, a mãe ficou doente, pegou muita fila, teve dor de barriga, está sempre cheio de coisas para fazer (que, obviamente, não incluem as atividades da sua aula). Isso por si só já seria ruim o suficiente se o enrolão não fosse SEMPRE o que mais reclama em sala de aula. Reclama da vida, das avaliações, da aula - reclamações que são feitas sem nenhum fundamento, visto que ele aparece na aula uma vez a cada 15/20 dias.

2) O chato: esse pode ser uma derivação do enrolão, mas às vezes acontece de vir separado. O chato é aquele que sempre tem um exemplo para dar da sua vida pessoal, que participa das aulas apenas para dizer que participou, porque 99% das vezes os comentários não tem relação nenhuma com o que está sendo dito. Você pode, por exemplo, estar falando do desenvolvimento infantil, de habilidades motoras, e o chato diz "eu subia em árvores quando tinha 9 meses". Normalmente os comentários vem acompanhados de uma 'cara de paisagem' do professor, com ou sem a frase "ok, fulaninho". O chato SEMPRE está com a mão levantada, e aos poucos começa a ser ignorado pelo professor, quando não leva cortada no meio da frase pra evitar que a aula perca meia hora com divagações irrelevantes.

3) O que pensa que sabe: eu não curto muito esse tipo. Esse aluno é aquele que, em geral, sempre foi bem sucedido na escola e pensa que sabe sobre tudo, fica irritado quando é contrariado. Ele quer sempre agradar o professor, por isso, costuma mudar bastante de ideia quando suas ideias são contrapostas. É o aluno que pede silêncio, quer aparecer a todo custo. Muitos professores adoram estes alunos, porque são confundidos com os nerds, mas eu, particularmente, não.

4) O esforçado: esse aluno não é o mais inteligente e com certeza não é o aluno que tira as melhores notas, que escreve melhor, mas é aquele que quer aprender. Ele sempre tira dúvidas em particular (não tenta aparecer na sala, como o anterior), faz todas as atividades, pergunta como pode melhorar e tenta absorver todas as sugestões. Em geral são os alunos que mais se desenvolvem. Gosto muito deste tipo, afinal, é prazeroso ensinar a quem quer aprender, né?

5) O bagunceiro inteligente: como o próprio nome diz, ele bagunça, conversa, mas sabe muito. É o tipo de aluno que tem raciocínio rápido, consegue fazer relações interessantes entre os assuntos, sabem se expressar bem, debatem/discutem, sempre conseguem se safar quando são chamados por estarem perturbando o andamento da sala. Gostam de aparecer por comentários/sacadas engraçadas/sarcásticas/irônicas, mas não pela inteligência. Não tiram notas melhores simplesmente porque não querem. (eu fui esse tipo de aluna)

6) O inteligente: para mim, esse é o verdadeiro nerd. Sabe muito, estuda muito, entende tudo, mas não se manifesta em sala. Não quer aparecer de jeito nenhum, somente se for obrigado. Tira notas excelentes, compreende todas as orientações, se irrita quando os colegas ficam batendo na mesma tecla, mas não manifesta a irritação para a sala. 

7) O bagunceiro: geralmente esse é o primo pobre do bagunceiro inteligente. Primo pobre por quê? Simples. Ele não tem facilidade como o outro tem, sente uma dificuldade absurda, mas anda sempre com o bagunceiro inteligente, então, bagunça e termina sendo prejudicado por isso. Geralmente foram alunos que não tiveram atenção no percurso escolar, foram acumulando dificuldades chegando em um ponto difícil de reverter. O acesso a eles não é fácil, apresentam uma barreira para o professor, mas ela pode se quebrar mostrando acolhimento à dificuldade instalada, que eles não assumem.

8) O trabalhador esforçado: esse trabalha o dia todo e estuda a noite; ou trabalha durante toda a madrugada e estuda de manhã; tem família para sustentar, ganha pouco, morre trabalhando e por isso sempre tem dificuldade em acompanhar. Em geral, diferente do aluno do tipo esforçado, ele simplesmente aceita a situação de 'não-aprendizagem' e espera para ver no que vai dar. Não condeno esse tipo, de jeito nenhum, pois entendo perfeitamente que as necessidades básicas estão em primeiro lugar. Esse é o tipo que gera muita angústia em um professor, porque não se sabe até que ponto é possível deixar o processo ensino-aprendizagem mais flexível, de modo que não seja injusto com o restante dos alunos.

9) O que não fede e nem cheira: sempre tira notas medianas, suficientes. Não fala nada em sala de aula, senta nas laterais, para fugir um pouco da visão do professor. Não conversa, não bagunça, não estuda, ninguém sabe na verdade qual é a real dele. Esse aluno é aquele que você nunca vai aprender o nome (ou vai ser o último que você decora) e que sempre que alguém perguntar por ele você vai fazer aquela cara de 'hein? quem é esse!?'. Você ainda faz chamada por causa dele, já que nunca sabe quem é.

Provavelmente os alunos não se sintam encaixados em nenhum desses estereótipos. Eu digo que isso é recalque (hahaha, pra ficar na modinha). E você, que tipo de aluno é/foi?

3 comentários:

  1. Humm.. Acho que na maior parte do tempo fui: O bagunceiro inteligente. kkkkkkk!!

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  2. Hahhahahahahah adorei! No colégio eu fui um tipo inteligente e conversador, mas não bagunceiro propriamente. Na faculdade fui nem fede nem cheira com certeza. Apatia total... kkkkkkkk

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    1. hahaha, mas Heloá, para quem está dando aula ficar conversando ou bagunçando não faz muita diferença, atrapalha de qualquer jeito :P

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