quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Saudade?

Estamos há quase um mês em terras distantes. Começo a perceber que a ficha da Liv está caindo e ela está percebendo que não vai ver as pessoas com as quais ela estava acostumada. Começou a fazer muitas perguntas sobre as pessoas, a perguntar quando elas chegam, e eu respondo dizendo que vai demorar ainda. Essa semana ela pediu para conversar com o pai dela e com os avós, coisa que ainda não tinha feito. Ao menos as questões apareceram justamente há poucos dias do início das aulas. Amanhã vamos conhecer a escola e vou conversar com o diretor, saber de forma mais detalhada sobre a rotina e sobre o processo de adaptação.

Pois bem, isso me fez refletir um pouco sobre esse negócio de saudade. Sempre que uma pessoa sai de casa para outro lugar é costume dos outros questionarem sobre ela estar sentindo saudade. E, convenhamos, isso nos deixa em uma saia justa dos infernos. E eu fico cá pra mim: será que sou insensível!? Comecei, então, a pensar... as pessoas que ficam devem viver as suas vidas da mesma forma, nos mesmos lugares, de forma que a ausência de quem sai é mais sentida, porque a pessoa costumava fazer parte daquele espaço. Quem sai, por outro lado, vai para um lugar completamente diferente, uma rotina que já é construída na ausência das pessoas. Há um grande investimento de energia para constituir essa rotina, muitas coisas para aprender, entender, de modo que essa saudade não aparece assim tão rápido. E, convenhamos, não é algo tão saudável também de incentivar.

Se eu sinto saudade? Por enquanto, não. Pode soar insensível da minha parte, mas me preparei tanto para este momento, desejei tanto fazer isso, que tenho certeza que os amigos e familiares estarão lá quando voltar e nada vai ser diferente, continuaremos gostando uns dos outros e ficaremos felizes em compartilhar momentos. Não é bacana ficar mastigando a ausência e muito menos bacana querer que os outros sintam sua ausência...parece-me, até, um tanto egoísta achar-se essencial para a vida do outro. Eu não sou essencial na vida de ninguém e nem quero ser! A felicidade dos outros não pode depender de eu estar presente (fisicamente) ou não, e a minha também não deve depender disso. Agora, mais do que nunca, tenho entendido que a vida é feita de encontros mesmo...somos felizes quando eles acontecem, mas também podemos ser felizes quando eles não acontecem. É assim que tem que ser.

O carinho, o cuidado, a preocupação com o bem-estar, o amor, eles permanecem na distância. Por isso desejo que quem ficou esteja feliz e busque ser feliz; nós, do lado de cá, estamos buscando a nossa felicidade. E, podem ter certeza, quando rola encontro entre pessoas felizes, é muito mais gostoso :)

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Primeiras impressões

Algumas pessoas me perguntaram algumas impressões iniciais, mas, como não é a nossa primeira vez na cidade, já conhecia algumas coisas. De qualquer forma, seguem algumas coisas interessantes, diferentes, ou apenas dignas de se notar.

1) quando iniciei o processo para fazer o pós-doc todo mundo falava no meu dossiê. Eu precisava ter um. No meu mundinho de Bob eu ficava imaginando uma investigação aprofundada, quase uma investigação policial, porque não costumamos usar esse termo no Brasil, né? Pois bem, um dossiê é apenas a junção dos seus documentos. Se for alugar um apartamento, precisa de um "dossiê" com contracheque, fiador, por exemplo. Se for fazer um pós-doutorado, seu dossiê precisa conter currículo, projeto de pesquisa, cartas de recomendação...

2) Aqui os carros estacionam metade na rua, metade na calçada. Ok, fazemos isso no Brasil também. A diferença é que aqui é permitido e, inclusive, as linhas do estacionamento são pintadas parte na rua, parte na calçada.

3) Existem muitos parquinhos pela cidade. MUITOS mesmo. Todos adaptados para idade, com chão emborrachado (ou areia, por exemplo), bem cuidados, feitos de modo que as crianças não se machuquem.

4) As crianças brincam muito nos parques. Adolescentes também. Vi várias meninas e meninos, de 14-15 anos, brincando de pega-pega. Há tempo que não via isso!

5) Muitos pais levam seus filhos ao parquinho ou simplesmente saem com eles. A mãe não é a única figura na pracinha.

6) Tem criança mal educada em todo canto. E, sim, elas também "fazem manha".

7) Tudo precisa de um rendez-vous [reunião com hora marcada]. Não adianta aparecer no banco sem marcar um. Nem adianta ir falar com seu professor sem ter marcado. A primeira pergunta que vão fazer é se você tem um. E, quando não precisa marcar hora, faz parte da propaganda: "sans rendez-vous!" como se fosse algo excepcional.

8) Segundas-feiras as coisas fecham. Não me perguntem o porquê.

9) Férias são férias. Então, se os funcionários de uma farmácia estão em férias, eles simplesmente fecham as portas e deixam um aviso dizendo que estão em férias e que voltam a abrir no dia tal. Mesma coisa para hora do almoço. Fechou está fechado, nada de "mais um minutinho".

10) Verão é algo fantástico. Todo mundo está em férias, todo mundo está viajando, vários estabelecimentos estarão fechados por isso.

11) Nada abre antes das 9h. E tudo fecha ao meio-dia. Ou perto disso. [sim, isso é uma generalização!]

12) As pessoas fazem compras na velocidade da luz. Não consegui entender ainda como eles conseguem guardar todas as compras e pagar tudo tão rápido! Desconfio que eles jogam tudo dentro do carrinho, misturando sabão com comida e amassando as frutas e legumes, ou quebrando alguns ovos.

13) O pão é um objeto. A baguete é imensa e o pacote apenas cobre metade dela. Ninguém se importa em andar com elas expostas dentro do metrô ou embaixo do braço.

14) Aqui também tem suvaqueira no transporte público.

15) Mesmo num calor de 30 graus nem todos os estabelecimentos têm (ou ligam) o ar-condicionado. O ônibus que andamos tinha apenas uma aberturinha lá em cima, nada de amplas janelas. E ninguém reclama muito do calor.

16) Ainda sobre o calor...mesmo o sol rachando, as pessoas ficam embaixo do sol. Elas optam (mesmo, não é por falta de mesa) por sentar em mesas que estão no sol em um restaurante. Ao meio-dia.

17) O sol daqui não queima. Criamos algumas hipóteses, mas ainda não sei exatamente o que acontece. Só sei que se eu tomasse na PB a mesma quantidade de sol que tomei aqui, nos mesmos horários, teria ficado, no mínimo, vermelha.

18) Mesmo para eles eu sou muito branca! hahahahaha

19) A gente aprende a pedir licença dizendo "excusez-moi", mas eles usam mesmo é o "pardon".

20) O transporte público é maravilhoso e todo mundo usa, mesmo cheios de malas gigantes. Táxi não é um item muito valorizado.

21) Usa-se muito o carrinho para carregar crianças, mesmo que elas tenham 5 anos. Se não tá no carrinho, tá numa bicicleta ou numa patinete.

22) As poucas piadas que fizeram comigo ou não entendi ou achei muito sem graça :P

23) Tem muita gente de outros lugares. Muitas mesmo. E, nem todo mundo gosta disso.

24) E, por fim, o ponto que pode ser mais controverso disso tudo. Percebi que os negros aqui não baixam a cabeça - apesar de sofrerem muito preconceito - e valorizam demais as suas raízes. Acredito que isso faz com que muitos deles estejam sempre na defensiva - especialmente se uma branca (euzinha!) vai falar com eles - e, por este mesmo motivo, são taxados de mal educados. Em geral, sempre que notaram que eu era estrangeira, baixaram a guarda. Ainda não sei se a encrenca com eles é mais xenofobia ou racismo mesmo. Cenas para os próximos capítulos.

É isso.
A bizarrice dos carros na calçada
 *** Atualização:

25) As pessoas aqui fumam muito e tomam muito café. E não tem isso de deixar de fumar porque tem uma criança perto, só deixam de fumar em lugares que é expressamente proibido.

Processo para implementação da bolsa


Como eu disse no post sobre as bolsas, os status da capes são um mistério indecifrável. Além disso, como estava de viagem marcada, estava bem preocupada com a implementação da bolsa porque queria sair do país com tudo resolvido. Não deu né, mas tudo bem, no fim tudo terminou dando certo. Mas, vamos às datas.

18/06 (quinta-feira) – resultado em uma lista com todos os aprovados. Depois do resultado, o acompanhamento do processo dizia: Processo em análise. Favor aguardar decisão final e comunicação da CAPES.

22/06 (segunda-feira) – recebi o e-mail de deferimento, avisando oficialmente que tinha sido aprovada. Agora, constava o seguinte: Processo deferido, aguardando documentação para implementação. Aguarde comunicação da CAPES.
04/07 (sábado) – recebi a carta de concessão (em português e francês, em duas vias, uma delas para apresentar no meu trabalho para pedir o afastamento) e o termo de compromisso pelos correios. O termo de compromisso eu assinei, digitalizei e coloquei na plataforma, além de enviar uma via pelos correios de volta para a CAPES.

15/07 - Meu status mudou, creio que porque receberam o termo de compromisso: Processo aguardando implementação.

21/07 - Recebi o cartão BB Américas no endereço do exterior (apesar de ter pedido para receber no BR). Mas, tudo bem, minha prima recebeu para mim.

06/08 - Somente em agosto meu status mudou de novo para, finalmente: Bolsa Implementada e processo migrado para nova plataforma, aguarde contato da CAPES.

11/08 - Já na nova plataforma, aceitei um novo termo de compromisso e processo ficou "em trâmite no financeiro". Anexei, também, a documentação para comprovar que estava no exterior. No outro dia eles já aprovaram meus documentos e aceitaram a comprovação de que estava no exterior. Detalhe: o seguro-saúde precisa estar acompanhado do recibo dizendo quanto você pagou por ele, além da apólice.

 14/08 - O processo constava como "enviado ao banco".


15/08 - $$$ na conta!

Depois de implementado o processo tudo foi muito rápido! Acho que em anos normais, sem tantos problemas como este, o processo é mais rápido do que esse meu. O pessoal do CNPq teve tudo implementado em menos de um mês! Não entendo o porquê da CAPES ser mais enrolada... =/

Bom, dinheiro na conta e muito dinheiro perdido na conversão, em iof...Também não sei porque essa invenção de pagar as três primeiras mensalidades na conta brasileira. O CNPq, por exemplo, paga apenas os auxílios no Brasil e o resto no cartão BB Américas...mas, a CAPES, além dos auxílios, as três primeiras mensalidades entram na nossa conta brasileira mesmo. Uma pena! Poderíamos ser isentos do IOF, né? :(

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Passeando por aí...

É bem difícil parar para escrever nessa correria toda. Acredito que só com as aulas começando que vamos nos ater a uma rotina mais regrada, mas é muito difícil não ficar doido para aproveitar tudo de uma vez só. Paris, apesar de conhecida como destino romântico, é muito familiar. Para quem vem rapidinho, sem filhos, uma outra face da cidade fica escondida. São vários parquinhos espalhados pela cidade, com brinquedos separados por idades, chão emborrachado, de modo que se gasta bem pouco (ou nada!) em passeios com as crianças. E estamos no verão, né! Todo mundo sai da toca, os parques sempre com muita vida, um longo dia (que termina depois das 21h) para aproveitar. O negócio é tão interessante que ainda nem fui na parte mais turística de Paris, rsrsrs...devo ir essa semana, tem um parquinho instalado no Jardin de Tuileries e as Paris Plages que devem ser, no mínimo, interessantes. Além disso, quero levar Liv na Torre de novo, porque sempre que ela vê uma torre diz que é "o Paris" :)

Fora os inúmeros parquinhos espalhados pela cidade, segue a lista do que fizemos essa semana:

1) Jardin d'Acclimatation

Linha 1 (amarela) - Estação "Les Sablons" ou Estação "Porte Maillot" (opte por essa segunda se preferir chegar no parque através de um trenzinho).

O lugar é imenso, lindo, cheio de brinquedos. Tem uma parte de brinquedos estilo "parque de diversões", com atrações pagas e que exigem, na maioria das vezes, que a criança tenha mais de 90cm. Mas, se não quiser pagar brinquedos, existem vários outros espalhados pelo parque. Tem também alguns animais soltos, outros presos, apesar de não ser exatamente um zoológico. Já conhecia o parque, mas ele é tão legal que fomos de novo este ano e, provavelmente, iremos mais algumas vezes :P





Nessa região ficam fontes jorrando água no verão :)

2) Château de Vincennes e Parc Floral

Linha 1 (amarela) - Estação "Château de Vincennes"

Ainda não conhecia. O castelo é bem característico, com um fosso, torre, sinos, tanto que Liv falava o tempo todo que ia encontrar a princesa. Para visitar a catedral e o donjon precisa pagar. Mas, para só andar por lá, não precisa pagar nada. Achei que o passeio seria mais legal, mas foi fraco... Liv curtiu subir as escadas, ir até o sino, mas confesso que não achei grande coisa.

 Catedral logo ali na frente


Lá está o donjon.



O melhor veio depois. Fomos ao Parc Floral, que fica ali perto (atrás do castelo, mas tem que ir por fora) na Bois de Vincennes. Que lugar lindo! Além de brinquedos, tem teatro, animais, muitas plantas, um viveiro (?) de borboletas...há a possibilidade de alugar bicicleta familiar e andar pelo parque. Como chegamos relativamente tarde, ainda ficou muita coisa para explorarmos por lá. Mas, como gostei muito e não é longe de onde estou morando, devo voltar em breve. Vale MUITO a pena! 




Depois do passeio eu comi, finalmente, um confit de canard. Estava uma delícia!



Essa semana fomos também ao Mercado de Pulgas (marché aux puces) de Saint Ouen. Uma 25 de março parisiense, rsrsrs, sem glamour nenhum. Não tirei foto, mas comprei roupas por €10, então tá valendo! Para quem curte antiguidades também o lugar é super interessante. Só aviso que é uma parte bem diferente de Paris, cheia de camelôs, não é todo mundo que tem paciência para esse tipo de passeio. Chegamos pela linha 4 (rosa? roxa? rsrs), estação "Porte de Clignancourt". 

Fui também ao cinema com a minha prima. O filme era americano com legendas em francês (óbvio!) e eu consegui entender tudo. Não sei se entendi por causa do inglês ou do francês, mas o importante foi ter entendido. Antes do filme tomamos uma cerveja (€5,50 250ml) em um lugar que é tipo um shopping aberto, em Bercy. Já conhecia o lugar e acho que vale muito a pena uma visita :)

Estamos aproveitando bastante o verão e agora mais ainda que estamos mais adaptadas às 5h de diferença do Brasil. Quem for um dia passear por Paris com crianças não pode deixar de ir neste blog: http://www.parisdespetits.com.br/

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Matrícula na escola

Hoje fomos na mairie (prefeitura) de Maisons-Alfort, onde estamos efetivamente morando (fica na grande Paris), para fazer a matrícula da Liv na École Maternelle. Na França, todas as crianças no ano em que completam 03 anos (em 2015, todas as crianças que nasceram em 2012) tem direito à escola pública, mesmo as estrangeiras. Os procedimentos foram simples. Basicamente é necessário levar o que eles chamam de "livret de famille", que, no meu caso, foi a certidão de nascimento dela com tradução juramentada; um atestado de saúde comprovando que ela foi vacinada para DT Polio (tradução juramentada) e comprovantes de residência. Este último documento pareceu ser o que eles mais encrencavam, visto que apenas as pessoas residentes mesmo naquela cidade podem usufruir do sistema educacional (para evitar que pessoas de outras cidades ou bairros tirem as vagas dos residentes). Como estou dividindo apartamento com a minha prima, precisei levar cópia do aluguel dela, da conta de luz e, também, comprovantes da minha parte que estava morando lá (levei um comprovante de conta bancária, que também abri hoje, e é possível levar alguma correspondência que tenha recebido em seu nome).

Lá, no mesmo espaço, preciso comprovar que não estarei à toa (hahahaha - leia-se: estudando ou trabalhando) para que ela também usufrua da cantina da escola. Os pais que estão à toa precisam buscar as crianças para almoçar e depois deixar na escola de novo no período da tarde. A conta da cantina chega a cada 2 meses na sua residência e você pode pagar como preferir. Ela pagará 2,51 euros cada dia (o que deve dar em torno de 40 euros por mês). Na quarta-feira a tarde eles não tem aula. Por isso, os pais que possuem compromisso (trabalho, estudo ou sei lá mais o quê) podem deixar a criança no "centre de loisirs", na própria escola (uma espécie de colônia...eles passeiam, nadam, brincam), pagando uma taxa de 13,81 euros cada vez que a criança precisar ficar no período da tarde. Toda quarta-feira é preciso avisar se a criança vai ficar.

As aulas começam as 9h da manhã. Se você precisar deixar a criança entre 8-9h ela pode ser recebida gratuitamente. Caso precise deixá-la antes disso, precisa cadastrar no "pré-accueil", de 7h30 às 8h e paga uma taxa de 0,86 euros cada vez que ela ficar. A aula termina às 16h. Se você não pode buscar essa hora, pode cadastrar no "post-accueil" também pagando a mesma taxa cada vez que ela ficar. O cadastro é feito na própria escola e como ainda não sei meus horários, não sei também se vou precisar desse serviço. 

Quando as aulas começarem conto melhor a experiência, por enquanto, tenho que esperar. Eles estão em férias e retornam apenas alguns dias antes do início das aulas. E, como tudo por aqui se resume a um lindo parquinho, segue a petite no parquinho que tinha dentro da mairie, onde ela fez uma "amiguinha que fala francês" =)



terça-feira, 4 de agosto de 2015

As primeiras interações...

Chegamos em um dia bem "friozinho", com nada mais que 34graus. Foram horas dentro de um avião, mas classifico a viagem como tranquila. Dormimos quase todo o percurso e o restante do tempo foi usado com entretenimento de bordo e comida. Mas, obviamente que Liv estava super agitada, preocupada com "os brinquedos de Paris", precisava liberar as energias. Chegamos em casa, comemos alguma coisa, e saí com ela para um dos muitos parquinhos por aqui. Depois de muito brincar sozinha, chegaram três crianças e ela veio sentar ao meu lado, parecia estar com vergonha.

Expliquei que as crianças falavam francês e ela: "ah, mas eu sei falar francês" e começou a dizer as poucas palavras e músicas que conhece. Ainda assim, não quis interagir com as crianças. Não forcei. Uma menininha de 4 anos veio falar com ela. Expliquei para a menina que ela estava envergonhada, que não conseguia falar francês. Liv falou alguma coisa e a menina: "ah, mais elle parle!" [ah, mas ela fala!]. Sorri e disse que ela falava, mas falava apenas português. Conversa vai, conversa vem, um menininho veio oferecer a ela umas plantinhas, dizendo que era uma fleur. Liv sorriu, foi  buscar plantinhas e entregou a ele, sem dizer nada. Estabeleceu-se a primeira conexão. Depois disso, escorregaram juntos e ela pediu para ir embora. E assim foi a primeira interação...

No geral, rolam alguns bonjour da parte dela e de vez em quando um ça va. Já aprendeu que tem trois ans e, por enquanto, não apresentou resistência à língua. Prossigamos!

sábado, 1 de agosto de 2015

As malas

Quando a bolsa saiu foi embora a preocupação financeira maior. Isso alivia um monte de coisas, inclusive, o peso de arrumar as malas, porque qualquer coisa que eu posso esquecer pode ser facilmente adquirida no lugar pra onde vou. Basicamente vou levar uma mochila super pequena de mão (para coisas com acesso imediato, tipo lencinhos umedecidos); uma mala pequena de mão (acesso fácil, mas não imediato); duas malas grandes e um carrinho. O carrinho é seu aliado (repita isso 20x).

Bom, como não estou muito preocupada com as malas grandes, foquei toda minha preocupação nas malas de mão. É importante lembrar que estarei com uma criança de 3 anos durante 12h em um avião e nada pode faltar neste intervalo. Da última vez que viajamos ela estava doentinha, passou mal a viagem inteira, usou todas as roupas extras dela e eu estava sem nenhuma roupa extra. Fiquei fedendo a vômito até chegar. Além disso, tem os eletrônicos que não tenho coragem de despachar...como computador, HD externo, máquina fotográfica. 

Levarei, então, na mochila super pequena:
- notebook e HD;
- documentos e dinheiro;
- tablet;
- celular;
- uma calcinha para Liv;
- uma calça mais quentinha e um casaquinho (eventualidade, porque será verão na saída e na chegada);
- lencinhos umedecidos (também é aliado!);
- um livro;
- óculos escuros.

Na mala de mão:
- pasta com documentos extras (nunca se sabe!);
- mais mudas de roupas (para Liv E para mim);
- lanchinhos;
- carregadores;
- máquina fotográfica;
- remédios básicos;
- brinquedos.

Nas duas malas grandes estou levando roupas de frio e nossas roupas de verão. Não vou levar todos os calçados e nem todas as roupas... Uma frasqueira apenas com o básico para sobreviver um dia, porque assim que chegar vou ao supermercado comprar. Levo apenas duas toalhas para cada uma de nós e comprarei mais se for necessário. Levo também feijão preto, cuscuz e tapioca (hahaha), porque preciso ser precavida com os gostos peculiares da minha paraibana (ao menos até nos organizarmos). Pareceu de bom tom levar um petit cadeau para as duas secretárias que aguentaram todos os meus telefonemas e e-mails. Levo um também para o professor. Os presentes são da região, para garantir que vai agradar :P Não vai nada de especial além do estritamente necessário. 

Depois disso tudo, o resultado que tenho é esse:

Para um período de um ano o volume parece bem razoável, né? :P


Au revoir!