domingo, 26 de julho de 2015

A novela do visto francês - Pt. Final

Depois de idas e vindas, finalmente no dia 02 de julho a convention d'accueil chegou de volta no CNAM. Eu que não sou boba, pedi uma cópia digitalizada e no dia 03 eles postaram meu documento pelo chronopost. Estava feliz e contente pensando que se o documento não chegasse a tempo de cumprir meu agendamento dia 09, eu simplesmente remarcaria. Eis, então, que um colega das agonias francesas me informa que ele só conseguiu agendamento para 20 de agosto! Corri no site do consulado para simular uma mudança de data e constatei que eles não tinham mesmo mais nenhuma data disponível em nenhum dos consulados. Pronto, entrei em pânico.

Enviei um e-mail para a chefe de vistos do consulado em Brasília e ela me disse que eu não precisava remarcar, que poderia ir apenas com a cópia (aleluia!!!) do documento. Agradeci por ter sido precavida em pedir a tal cópia digitalizada...seguro morreu de velho! :P Somente dia 14 de julho o documento chegou em casa (11 dias depois de ser postado em Paris). Ou seja: quatro meses depois do meu primeiro contato solicitando a convention, recebo finalmente em casa.

Fui ao meu agendamento dia 09 de julho, fui atendida no horário, muito bem atendida, por sinal. Entreguei os originais para conferir e as cópias ficaram com eles. O passaporte também é retido e enviado posteriormente pelos correios. Sobre a convention d'accueil, eles ficaram com a cópia e pediram que eu levasse a original em um consulado ou embaixada mais perto apenas para carimbar. No meu caso, Recife fica mais perto e é lá que vou. Liguei na embaixada depois de receber o documento, mas disseram que é preciso aguardar o visto chegar para levar o visto e a convention para ser carimbada.

Dia 23 de julho pela manhã (14 dias depois) recebi os meus vistos pelos correios. Liguei no consulado e dia 29 de julho vou carimbar a tal da "convention d'accueil" para viajar dia 02 de agosto. Tudo nos 45' do segundo tempo. Mas, ao menos tudo correu bem.

De acordo com o consulado, quando chegar em Paris devo ir validar o meu visto no OFII (Office Français de l'Immigration et de l'Intégration), levando o documento que eles me entregaram no dia do rendez-vous preenchido. Segue um e-mail que foi compartilhado comigo falando dos dois tipos de vistos que podem ser dados quando você solicita um visa "scientifique chercheur":

2 types de visa sont délivrés par les services consulaires :

            - le visa scientifique d’une validité de 3 mois

            - le VLS-TS ou le Visa Long Séjour valant Titre de Séjour

Si vous obtenez un visa scientifique de 3 mois, vous devrez faire une demande de carte de séjour (Baixe aqui os documentos necessários).

Si vous obtenez un VLSTS vous n’aurez pas besoin de faire une demande de carte de séjour scientifique; en revanche vous devrez faire « valider » votre visa par l’OFII dans les trois mois suivant votre date d’arrivée en France.  Vous devrez envoyer une demande de visite médicale à l’OFII, la feuille de demande avec les coordonnés de l’OFII vous sera remis à l’ambassade. 

Après avoir pris rendez-vous à  l'OFII, une vignette valant titre de séjour est apposée dans votre passeport, cette dernière étape valide votre VLS-TS. Vous devrez vous acquitter d'une taxe d’environ 260 € prévue dans le cadre de la validation du VLSTS.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

TPV - Tensão pré-viagem

Faltam exatamente 15 dias para o embarque. Agora já assumi que falta esse tempo, é com ele que vou trabalhar. E de repente começo a "amarelar". Claro e obviamente que não vou amarelar, mas tem horas que toda a empolgação e a ansiedade por viver coisas diferentes somem e dão lugar a questionamentos. Medos e receios. Nessas horas eu foco na mala, nas coisas que preciso levar, nas coisas que preciso fazer, mas parece inevitável sentir essas coisas. São sentimentos que às vezes aparecem travestidos de "medo de não dar conta", "medo de travar na língua", "medo de ser muito difícil", mas que só eu sei o que eles realmente são. 

Quem me conhece bem sabe que tenho muita dificuldade em lidar com grandes mudanças. Eu me preparei para este momento, mas talvez não tenha me preparado para o que ele significa pessoalmente. Quebras que eu relutei em fazer; caminhos novos que relutei em seguir; aceitações (necessárias) que não consegui atingir. E isso tudo parece que vai acontecer ao mesmo tempo. A vida está caminhando nesse rumo. E tem horas que eu tento pará-la, naquela vã necessidade de dar mais uma chance ao caminho que já se apagou, não existe mais. Mas o mundo parece estar resoluto. Ele segue me dizendo (over and over) que é preciso seguir e deixar o rio correr...e, às vezes, simplesmente deixar correr, desapegar (da gente mesmo), não se esforçar, é o mais difícil de fazer. Estou certa que assim farei. Vai ser um tempo para moi. Para reencontrar moi-même.

É preciso compreender radicalmente que muitas travas são colocadas por nós mesmos. E, quando é assim, cabe apenas a nós mesmos retirá-las. Cá estou eu, então, retirando-as. Vestindo-me de coragem e força para travar mais essa luta. Perdi uma batalha, mas a guerra ainda não está perdida. 

E que venham os quinze jours avant le voyage. Allons!